quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Robôs também disputam Copa do Mundo de futebol

Construir até o ano 2050 máquinas capazes de vencer humanos em uma partida de futebol: esse é um dos objetivos da RoboCup, projeto de pesquisa internacional que desde 1997 promove campeonatos mundiais de futebol para robôs. A RoboCup 2002 será realizada no Japão e na Coréia do Sul de 19 a 25 de junho e reunirá 193 equipes de 35 países. Porém, não é só na RoboCup que robótica e futebol se misturam. Desde 1998, a Fira (Federação Internacional de Robôs Jogadores de Futebol) também organiza Copas do Mundo para máquinas. A Fira Cup 2002 aconteceu na Coréia entre 23 e 29 de maio e contou com a participação de 200 equipes de 25 países.
Tanto a RoboCup como a Fira Cup[1] não pretendem somente promover competições entre robôs: os jogos fazem parte de um congresso científico onde são discutidas novas tecnologias em robótica e inteligência artificial (a RoboCup oferece ainda atividades para que as crianças aprendam como funciona um robô). A grande novidade de ambos os torneios em 2002 é a exibição de máquinas mais parecidas com humanos do que de costume, com estruturas similares a membros. Os robôs humanóides, no entanto, ainda não disputarão partidas das competições oficiais. O Brasil se inscreveu na Fira Cup 2002, mas sua equipe não conseguiu embarcar para a Coréia. "Nossos robôs já estavam prontos", conta Ewaldo Mehl, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e coordenador do grupo brasileiro que, por falta de patrocínio, não participou do torneio. A equipe de Mehl desenvolveu um novo software que torna os robôs capazes de processar dados mais rapidamente. "Como não fomos à copa, perdemos uma grande oportunidade de testar o software e publicar um artigo", lamenta.
Fira Cup está dividida em diversas categorias. No MiroSot, modalidade em que o Brasil pretendia participar, os times são formados por cinco robôs semelhantes a pequenos cubos com 7,5 centímetros de aresta que deslizam sobre rodas. As partidas estão divididas em dois tempos de 15 minutos, o campo tem as dimensões de uma mesa de sinuca e a bola utilizada é a de golfe. Cada time de máquinas é supervisionado por três estudantes, que montam os sistemas eletrônicos antes do início do jogo: depois que a partida começa, os robôs devem jogar sem intervenção humana. Uma câmera externa fornece dados sobre a posição das máquinas e os robôs, por meio de programas de inteligência artificial, executam a melhor jogada possível em cada momento. "Os alunos podem solicitar três vezes a interrupção do jogo para fazer ajustes técnicos e os robôs podem ser substituídos por máquinas reservas", explica Mehl. Se tudo correr bem, equipes brasileiras estarão presentes na próxima Fira Cup, que acontecerá em setembro de 2003 na Áustria. "Ficamos chateados por não ir à Coréia, mas continuamos trabalhando duro para desenvolver máquinas cada vez mais eficientes", afirma Mehl.

Nenhum comentário:

Postar um comentário